Dificuldades em engravidar

Saiba mais sobre a infertilidade e qual a importância de pedir ajuda especializada para diagnosticar e tratar problemas.

Quando o casal tem dificuldades em engravidar «deve procurar ajuda especializada, seja através do seu Ginecologista, seja através de um centro especializado no tratamento da infertilidade.» O conselho é de Isabel Torgal, Médica especialista em Ginecologia/Obstetrícia, com subespecialidade em Medicina da Reprodução.

«Poderá ser possível o tratamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que nesse caso o processo inicia-se com o médico de família», explica a médica Isabel Torgal.
No SNS a referência dos casais para diagnóstico e tratamento da infertilidade organiza-se de acordo com a rede de referenciação materno-infantil em Portugal.
«No caso dos casais em que a mulher tem mais de 40 anos, a única solução para aceder a tratamentos de fecundação in vitro é através de clínicas privadas», frisa.

Tipo de tratamentos em Portugal

«Em Portugal fazem-se as mais modernas técnicas de PMA, sem exceção. Estamos na vanguarda do desenvolvimento tecnológico nesta área da medicina», refere Isabel Torgal. «Em termos muito resumidos, podemos dizer que existem dois grupos de tratamentos: aqueles em que a fecundação ocorre no interior do corpo da mulher, como é o caso da inseminação intrauterina, em que o que fazemos é apenas preparar uma amostra de esperma, que depois é transferida para o útero após um período de estimulação dos ovários», explica a médica.

Por outro lado, «existem os designados tratamentos de segunda linha, em que a fecundação ocorre em meio laboratorial, como é o caso da fecundação in vitro clássica (FIV) e da microinjeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Estes tratamentos podem ser feitos com óvulos e espermatozoides do casal, mas também com recurso a células de dadores, caso exista indicação clínica nesse sentido e o casal aceite esse tipo de tratamento.»

O que é a infertilidade?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define infertilidade como a ausência de gravidez após um ano de relações sexuais regulares e sem uso de contraceção. Mas pode haver indicação para atuar, mesmo antes de decorridos 12 meses a tentar engravidar.
«Por exemplo, se uma mulher tem mais de 35 anos este período de tempo diminui para metade e se existir uma causa óbvia não faz sentido esperar», defende a médica Isabel Torgal, continuando: «No caso de haver obstrução de trompas na mulher ou que o homem produzir uma quantidade de espermatozoides inferior ao normal, será sempre possível que o casal procure ajuda especializada logo de imediato.»

Idade da mulher influencia a fertilidade

Um dos principais fatores que influenciam a fertilidade é a idade da mulher. «A partir dos 35 anos a fertilidade feminina começa a diminuir», alerta Isabel Torgal, acrescentando: «Muitas mulheres adiam a maternidade para mais tarde e acabam por deixar passar a melhor ocasião para serem mães, tentando engravidar numa altura em que a probabilidade de êxito é menor e os riscos são maiores».

Alimentação e estilos de vida também interferem

Além disso, a Direção-Geral da Saúde aponta outros fatores que podem interferir com a fertilidade: tipo e frequência das relações sexuais, consumo de tabaco, de álcool e de drogas ilícitas, medicamentos utilizados, hábitos alimentares e estilos de vida, certos tipos de trabalho e lazer, bem como alterações significativas de peso.

Portugal é uma referência na Medicina da Reprodução

«As técnicas atualmente usadas permitem-nos ter taxas de sucesso que há alguns anos eram impensáveis e que têm ajudado milhares de casais a terem filhos», refere a médica Isabel Torgal, concluindo: «Hoje em dia até temos sistemas que nos permitem controlar o desenvolvimento dos embriões 24 sobre 24 horas e como tal estamos muito melhor preparados. Felizmente que Portugal é cada vez mais um país de referência nesta área da Medicina.

Quero engravidar
Depoimentos e revisão
Professora Doutora Isabel Torgal,
Médica especialista em Ginecologia/Obstetrícia, com subespecialidade em Medicina da Reprodução
Escrito por
Ana Margarida Marques